quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Inconsciente Coletivo

Um dos escritores mais geniais que pude ler foi C. G. Jung, o famoso psicanalista.

Suas teorias me deixam perplexo. Seja o Inconsciente Coletivo, a Sincronicidade, a Individuação do Ser ou a Imaginação Ativa, as obras de Jung mudaram meu jeito de ver o mundo.

Entretanto, o Inconsciente Coletivo é de longe a teoria mais interessante e original.

Já se falava em Inconsciente... Dentro da filosofia de Schopenhauer, vemos o tempo todo a noção de que o homem age instintivamente.

Depois de Freud, o Inconsciente ganha força e passa a ser estudado pela psicanálise. Entretanto, fundamentado em suas teorias sexuais. Tudo estava ligado ao sexo.

Tudo o que Freud escreve faz muito sentido, mas ele permanece no inconsciente pessoal... fala sobre a relação entre inconsciente e consciente de uma pessoa... id, ego e alter-ego.

Então, chegamos a Jung, que surge com a idéia de que existe um "inconsciente coletivo", sendo a camada mais profunda da psique humana.

Tudo o que acontece na História deixa uma marca nesse Inconsciente, que gera efeitos nos nosso "inconsciente individual".

Gosto do conceito de Caio Fábio:
"O Inconsciente Coletivo é constituído por todas as emanações do inconsciente de todos os indivíduos; e, assim, quando algo de bom se torna um sentir comum de um grupo humano interconectado por qualquer que seja a via (do afeto ou desafeto familiar, aos aspectos de natureza coletiva no mundo todo) - o Inconsciente Coletivo se torna cada vez mais carregado, como as nuvens que se acumulam sobre nossas cabeças, em razão das "evaporações" que emanam da Terra."

Em seu livro de ficção, Nephilim, Caio Fábio apelida o Inconsciente Coletivo de "Armazém de Todos os Sonhos". Com esse apelido genial, fica fácil de entender esse processo.

É como se todos os nossos "sonhos", os sonhos da humanidade durante toda a história, estivessem sendo gravados e guardados neste Armazém, formando uma camada superior à nossa psique, de forma que ao mesmo tempo que recebe nossa influencia, também nos influencia.
Querem exemplos práticos?

Basta olhar para o oriente médio. Aquilo não é apenas uma cultura. Vejo o Inconsciente Coletivo alimentando aquela cultura de machismo, terrorismo e fanatismo religioso.

E repito: Essa loucura não se deve apenas à cultura passada de pai pra filho!

Basta olhar a Alemanha de Hitler.

Um país iluminado por gênios como Kant, Nietzsche, Goethe, Schopenhauer, caiu na desgraça como que por uma possessão, em que até os líderes religiosos, juízes e pessoas comuns APOIAVAM o que estava sendo feito!

Jung, que foi contemporânio à Alemanha Nazista, dizia que ela estava possuída pelo deus Wotan, o deus malvado da mitologia ariana.

Ora, isso não passa de um arquétipo!

Arquétipos não são nada mais do que símbolos utilizados pelo inconsciente (certamente vocês já ouviram falar que sonhar com tal coisa significa outra tal coisa). Os arquétipos são produtos do Inconsciente Coletivo e deles se originam os mitos.

Jung utilizou-se de um arquétipo para demonstrar como a Alemanha estava possuida por uma idéia que não lhe pertencia, a não ser a milhares de anos antes.

Vejo que há uma influência grande do Inconsciente Coletivo que é desprezada e confundida com cultura.

Sua maior influência se dá no campo da religiosidade. Basta ver as várias "possessões" que ocorrem na Igreja Universal, por exemplo.

A pessoa entra na igreja já com uma certa auto-indução, de que é possível que tenha um "demônio" dentro dela e se ele for expulso todos seus problemas irão acabar, sendo eles familiares, financeiros etc.

Então, ao invés da pessoa olhar para seus defeitos e seus atos que levaram sua vida à destruição, ela se acomoda a acreditar que é um outro "ser" que faz a vida dela estar nesse estado. Dessa forma, já auto-induzida por esta idéia, ela entra na igreja e em um determinado momento, várias pessoas começam a sofrer certas influências (que pra mim são do Inconsciente Coletivo imperando naquele lugar, somada à auto-indução) e a pessoa realmente fica possuída PELA SUA PRÓPRIA PSIQUE, criando para si mesma a promessa de que, assim que aquela "coisa" for expulsa, tudo será diferente.

Mas, passando uma semana, tudo será como antes.

Enfim... vai começar o jogo do São Paulo na libertadores e "as futilidades da vida maquiam a nossa fúnebre existência"... então, vou lá para a melhor futilidade de todas, o futebol.

Depois escrevo mais sobre Jung e suas teorias.

Até.

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