sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Nietzsche: uma aula sobre o Evangelho.

Assim como qualquer pessoa, Nietzsche teve erros e acertos.

Sabemos que ele odiava Paulo, achava que ele e os outros apóstolos perverteram o Evangelho com uma mensagem de ódio e vingança, em face da morte de Cristo.

Nesse ponto, ele começa a se perder (talvez???)

Entretanto, quero falar dos seus acertos.

Vejamos o que fala de Cristo e do Cristianismo:

(O Anticristo, capítulo XXXII)

"Com alguma tolerância na expressão, poder-se-ia chamar a Jesus um "espírito livre", o que é concreto deixa-o indiferente: a palavra mata, tudo aquilo que é sólido mata. A idéia da "vida", como uma experiência, a única que ele conhece, opõe-se no seu ensino a toda espécie de palavra, de fórmula, de lei, de fé, de dogma. Fala unicamente das coisas interiores: "vida", ou "verdade", ou "luz", são as suas palavras para o universo interior - tudo o mais, toda a realidade, a natureza inteira, a própria linguagem, não tem para ele senão o valor de um sinal, de uma parábola".

( O Anticristo, capítulo XXXIX)

"Volto atrás, para relatar a verdadeira história do Cristianismo. A própria palavra "cristianismo" já é um equívoco - no fundo só existiu um cristão, e esse morreu na cruz. O "Evangelho" morreu na cruz (...) Nos nossos dias, uma vida semelhante ainda é possível e para alguns mesmo necessária: o cristianismo autêntico, o cristianismo primitivo será possível em todas as épocas... Não uma fé, mas uma ação, um não fazer certas coisas e, sobretudo, um modo diferente de ser (...) Reduzir o fato de se ser cristão, a vida cristã, a um fato de crença, a uma simples fenomenalidade de consciência, é o que pode se chamar negar o cristianismo (...) O "cristão", que de há dois mil anos até hoje é chamado cristão, não é outra coisa senão uma ilusão psicológica. Se o encararmos mais de perto, vemos que apesar da "fé", só reinavam nele os instintos - e que instintos! (...) Falou-se sempre de "fé", mas procedeu-se sempre por instinto (...) Mas não subestimemos o cristão: como é falso até a inocência, ultrapassa em muito o macaco - uma certa teoria das origens parece, quando aplicada aos cristãos, uma simples amabilidade..."

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Dá pra discordar?

Constantino fundou o cristianismo 400 anos depois de Cristo. O concílio de Nicéia, com seus interesses, definiu as bases do catolicismo. O maluco Lutero criou o protestantismo, que hoje se tornou uma espécie de auto-ajuda para os fracos e oprimidos, em busca do sucesso material.

Cristo não é cristão e jamais suportaria passar 5 minutos dentro de qualquer igreja cristã existente nestes dias.

Basta observar a história das religiões, observar seus símbolos e abrir os olhos, e pronto, você percebe que tudo não passa de um grande sincretismo entre judaísmo, paganismo e instintos megalomaníacos sacerdotais.

Nietzsche ficou conhecido como o "homem que matou Deus", mas, na verdade, ele matou apenas o deus dos "cristãos".

Por enquanto é só.

1 comentários:

Unknown disse...

Gu... realmente as religiões são de homens e, por isso, tão convenientes para eles e nao para Deus.

Pensando por esse lado, ela não teria o porquê de ser, mas muitas vezes é um refúgio para os homens e uma maneira de ao menos tentar ser Cristao. Pensando assim, ainda vale a pena, até vc entender que vc pode ser melhor do que apenas o que ela oferece..

Parabéns pela postagem!

Saudade de vc!
bjssssssssss

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