domingo, 16 de outubro de 2011

Religiões

Cada vez mais eu tenho a certeza de que as religiões são fundamentalmente consolidadas por pura tradição.

95% dos religiosos que conheço, inclusive os mais fanáticos, seguem crendo no que creêm porque seus pais criam assim, porque alguém os convenceu de que é a melhor crença ou porque tal crença provocou-lhes alguma mudança superficial, tal qual parar de beber ou fumar.

Eles conhecem a "verdade", sem jamais terem conhecido a "mentira", isto é, tomam para si como verdade única seu pacote de dogmas sem jamais deixar em aberto a possibilidade da crença do outro ser a "verdade". Passam a vida toda acreditando em pressupostos que não podem defender, por não pesquisarem suas origens.

Seguem ritos que não entendem, ensinam o que jamais estudaram, lêem sem a menor noção de hermenêutica, não situam o texto dentro do contexto em que foi utilizado há milhares de anos, mas têm certeza de que é a VERDADE. "Eu ensino a verdade para os que conhecem a mentira", típico papo de religioso prepotente, cuja mente é tão ínfima que é incapaz de se perguntar: "será mesmo que estou certo? Será que não há verdade do outro lado"?

A religião, do latim religare (religar o homem ao divino), tem servido para afastar os homens, criar guerras, desfazer famílias e causar a discórdia.

Acredito em Deus, mas, tenho certeza que um mundo povoado por ateus seria um lugar melhor para se viver.

E tenho dito.
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domingo, 2 de outubro de 2011

Rock in Rio 24/09/2011 e 25/09/2011
















Estamos chegando ao fim do maior festival de música do mundo.

A mídia já esgotou os temas relacionados ao Rock in Rio, mas, pretendo aqui dar as minhas impressões, adquiridas nos dias 24 e 25, quando estive no festival.

No dia 24 fui para assistir principalmente os shows do Stone Sour e Red Hot Chilli Peppers.

A organização para entrar foi bem confusa. Havia uma fila gigante (mais de 3 km), sendo que lá na frente não havia fila, posto que esta se tornava um amontoado de gente em frente os portões de entrada.

Mas, muitos, como eu, chegando e vendo a fila gigante, foram logo para o final dela, demorando uma eternidade para entrar na Cidade do Rock.

Já no interior da Cidade do Rock a organização era maior. Haviam muitos lugares para se comer, diversas atrações (dois palcos, rock street, roda gigante, montanha russa, tirolesa, stands de marcas, lojas com jogos e outras diversões etc) de modo a dispersar a grande multidão.

Havia fila para qualquer coisa (exceto para os banheiros, que eram muito grandes, além de serem vários). Os fast-foods ficavam abarrotados de gente, bem como as lojas e filas para os brinquedos.

Mas, obviamente, onde havia a maior concentração de gente eram nos palcos Sunset e Mundo.

Nesse dia não assisti a nenhum show do palco Sunset, pois não havia nenhum que me agradasse.

No Palco Mundo, a abertura foi de NX Zero. Eles, merecidamente, foram vaiados da primeira à última música. Mas, quem deveria ser vaiada é a administração do Rock in Rio, por colocar essa bandinha emo para tocar no mesmo dia de Stone Sour e Red Hot Chilli Peppers. Deveriam tocar no dia Pop.

O show do Stone Sour foi o melhor da noite, com muita agitação do público. Mas, o Red Hot também não decepcionou. Tocaram os clássicos e sacudiram multidão.

NX Zero é música para "adolescentes hipersensíveis". Também não gosto de Capital Inicial, muito menos de Snow Patrol, que deveria se chamar Slow Patrol, devido à sua lerdeza... os bocejos dominaram este show. Dia 24/09 também valeu apena para conhecer a Cidade do Rock, pois, no dia seguinte, eu sabia que ficaria o tempo todo nos shows.

Fiquei impessionado com a organização para a saída da Cidade do Rock. Haviam 300 ônibus à disposição do público, saindo para o terminal Alvorada e o Via Parque, o que tornou a evacuacão da Cidade do Rock rápida e tranquila.

No dia 25/09, o mais esperado pra mim, eu já estava vacinado, portanto, não fiquei naquela fila gigante. Cheguei e fui logo pra frente, no amontoado de gente. Foi a melhor coisa que fiz, pois entrei bem cedo na Cidade do Rock e assisti o show do Matanza por completo.

O primeiro show foi o do Matanza, às 14:40 e, "pra variar", foi um belo show. A galera, ainda cheia de energia, fez "bate cabeça" do começo ao fim do show.

Depois veio o show do Korzus, metal pesado e nacional de muita qualidade, além das participações especiais, inclusive de João Gordo. Foi o show de maior loucura no Palco Sunset. O povo foi ao delírio quando o vocalista mandou todos os que estavam à direita correrem para a esquerda e vice-versa, transformando o público em um "bate-cabeça" generalizado.

O terceiro show foi o do Angra, com a participação de Tarja Turunen. O show foi muito bom, eu estava na grade, mas, infelizmente o som estava péssimo. O microfone utilizado pelo Edu era um lixo, o público reclamou, Tarja reclamou, mas fizeram o show inteiro com aquela qualidade ridicula.
Ainda sim, foi muito interessante ver a Tarja cantando Whutering Heights e Phantom Of The Opera, com o Edu Falaschi.

Abri mão de ver o show do Sepultura (que gosto muito) para me preparar e pegar um bom lugar no Palco Mundo, para os shows que viriam logo em seguida.

Quem abriu os shows no Palco Mundo foi a banda Gloria. Outro erro crasso da organização do Rock in Rio.
Gloria é uma banda meio emo, meio hardcore, difícil de definir... Com um vocal gutural (que chega a esboçar um pouco de peso) e um outro vocal tipicamente emo (aquele vocal chorado, que canta letras de auto-ajuda, tipo: "as coisas vão se resolver"), Gloria faz uma combinação ridicula entre peso e excesso de sentimentalismo barato.

Obviamente, foram vaiados durante todo o show, exceto quando tocaram 2 músicas do Pantera. Foi até boa a tentativa de tocar cover de uma banda clássica para ganhar a simpatia do público, mas, assim que retornaram às músicas próprias, as vaias voltaram com força total.

É impressionante que os organizadores do evento não tenham aprendido com o episódio Carlinhos Brown.

O segundo show do Palco Mundo foi o da banda Coheed and Cambria. Eu havia visto uns vídeos da banda no Youtube, pelo fato de um amigo gostar da banda e ter me indicado.
Na época, não gostei nada, principalmente pelo vocalista, que tem uma voz esquisitinha demais. Mas, confesso que me surpreendi com o show deles.
Os músicos são ótimos, a banda fica muito mais pesada ao vivo e algumas músicas são muito boas, como In Keeping Secrets of Silent Earth:3.
Quando tocaram The Trooper, do Iron Maiden, a multidão foi ao delírio.

Depois veio o show do Motorhead, um clássico do rock/metal. Na hora em que começou o show, o pessoal que estava assistindo o show do Sepultura (que havia acabado naquele instante) correu para o Palco Mundo, buscando um lugar - à força, é óbvio. A empolgação tomou conta de todos e começou o maior empura-empurra e as maiores rodas de bate-cabeça que eu já vi!
No momento em que começaram a tocar Ace of Spades, sobrou pra todo mundo. Eram "socos" e cotovelos pra todo lado. Pessoas caíam, outras passavam mal, mas ali era cada um por si e a porrada "comia solta". Os mais fracos iam para trás e deixavam os mais fortes se matarem lá na frente, perto da grade.

O quarto show do grande palco foi dos mascarados do Slipknot. Grande parte do público aguardava esse show mais do que qualquer outro e, convenhamos, na hora do show foi fácil descobrir o porquê. O vocalista Corey Taylor já havia mostrado na noite anterior (ele também é vocalista do Stone Sour) como se agita uma platéia, mas com o Slipknot ele se torna "diabólico".
Houve de tudo: pirotecnia, membro da banda se jogando ao público, cem mil pessoas ajoelhadas aguardando a ordem do vocalista para que todos pulassem e muito "bate-cabeça".
Não sou muito fã dessa nova vertente do metal, representada pelo Slipknot, mas tenho que admitir que foi um dos melhores show da minha vida. Sensacional! Só não digo que foi o melhor da noite porque ainda estavam por vir "Os Deuses do Metal"!

Então chegou a grande hora. Ecstasy of Gold já tocava suavemente e todos já sabíamos, METALLICA estava chegando, a maior banda de metal do PLANETA!

O show foi perfeito. Abriram com Creeping Death e no decorrer do show surpreendiam a platéia com clássicos e mais clássicos. Estiveram no Set List os clássicos Master of Puppets, One, Sad But True, Enter Sandman, Seek And Destroy, Blackened; as baladas Nothing Else Matters e Fade to Black, os solos do mestre Kirk Hammet e do Trujillo, tocaram até a rara Orion, além de músicas novas como Cyanide e All Nightmare Long e muitas outras.

Foram mais de 2 horas de show, pra mostrar que os cinquentões do metal ainda estão inteiros para presentear o público com muito metal de altíssima qualidade.

Para mim, o Rock in Rio foi um ótimo festival, bem organizado, com bastante segurança e ótimas bandas, principalmente no dia 25/09/2011...

... um dia para os metaleiros jamais esquecerem!
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terça-feira, 23 de agosto de 2011

True Blood




















Depois de alguma resistência, estou assistindo True Blood.

A série está em sua quarta temporada e retrata a vida da garçonete Sookie, uma telepata que acaba conhecendo um vampiro e, por conta disso, vive algumas tragédias e aventuras.

Após a invenção de um tipo de sangue sintético, chamado True Blood, houve a "Grande Revelação", em que os vampiros se mostraram à humanidade, demonstrando a possibilidade de conviver com a mesma, já que não precisam mais se alimentar dos humanos.

Então, de volta à sociedade, os vampiros brigam por seus direitos civis, já que pagam impostos e exercem sua cidadania.

A série é baseada nos livros da Charlaine Harris e adaptada pelo premiadíssimo Allan Ball, roteirista do filme "Beleza Americana".

Fica muito clara a influência de escritores como Anne Rice e, principalmente, dos livros de RPG da editora White-Wolf, principalmente Vampiro: A Máscara.

A decadência dos vampiros, a maldição desta existência fúnebre, o niilismo, os jogos de poder, a rivalidade com outras criaturas sobrenaturais, entre outras, são as semelhanças com os livros da White-Wolf.

Nesta série, andando contra a maré, não se vê um romance adolescente, vampiros que vão à escola ou brilham no Sol, mas, muito pelo contrário, há sangue em abundância, muitas cenas de sexo, discussões contemporâneas (drogas e fanatismo religioso), violência e muito mistério.

O que mais me encanta, em True Blood, é a forma como o Allan Ball - polêmico por natureza - demonstra a face da religião que os fanáticos não conseguem enxergar: a acepção de pessoas, a camuflada incitação à violência contra os diferentes, os artifícios utilizados para enganar, os falsos exorcismos, os interesses ocultos, a falta de ética etc.

O caso do exorcismo, em particular, é bem interessante. Na série, uma falsa curandeira faz um ritual bem elaborado e "exorciza" o demônio de uma senhora alcóolatra, que dizia que não era ela que bebia, mas o demônio que bebia por ela.

De fato, ela foi "curada", mas, pouco depois, foi descoberto, por terceiros, que a curandeira era uma fraude.

Essa psicologia da religião, tão bem retratada por Jung, é o que o roteirista Allan Ball tem expressado tão bem neste seriado.

É muito mais fácil colocar a culpa em uma entidade invisível do que admitir que nós mesmos somos fracos, maldosos, perversos, egoístas e doentes.

É mais fácil acreditar que um demônio nos possui e procurar uma ajuda "mágica" que, após realizada, faz com que sumam todos os nossos problemas, do que admitir as nossas falhas e lutar com perseverança e racionalidade pela nossa evolução. Entretanto, sabemos que essa empolgação dura apenas alguns meses.

No fim, somos apenas quem somos.

Para os que gostam de mistério, horror sobrenatural e detestam esses vampirinhos emos que as adolescentes amam, recomendo True Blood.

Depois de Drácula, de Bram Stoker; das Cronicas Vampirescas, de Anne Rice; e dos livros da White-Wolf, esta série é a primeira obra do gênero a me surpreender em 10 anos.
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A Constituição Federal de 1988 assegura o livre direito ao culto e à liberdade religiosa.

Entretanto, um direito não deve esbarrar em outro de maneira nenhuma e, caso haja este conflito, é necessária uma discussão profunda para que as dúvidas sejam dirimidas e soluções sejam encontradas.

Por exemplo: Um cidadão pode ser satanista, graças à liberdade religiosa; entretanto, não pode sacrificar uma criança em adoração ao diabo, pois esbarraria no direito à vida, cometendo o crime de homicídio, tipificado no Código Penal.

Assim, vemos com certa naturalidade a proibição do ato de matar alguem, em prol da religião.

E a proibição de extorquir alguém?

Nas madrugadas televisivas o que vemos é extorsão atrás de extorsão. E não há outra palavra para definir o que ocorre na maior parte dos cultos evangélicos.

Senhores, entendam o que digo.

Há o direito de se pregar o tão apreciado "dízimo", tal qual cobram também os católicos em programas como o da Canção Nova. O que precisa ficar claro é que os cultos evangélicos transmitidos pela TV vão muito além!

O que se vê são pastores EXIGINDO (o verbo é este!) um "sacrifício" de seus incautos fiéis, para que estes "alcancem a vitória" ou fujam do Inimigo.

Além de cumprir a LEI da religião que seguem, estes fiéis necessitam fazer um sacrifício maior, para que não sucumbam ao Diabo.

É claro que os senhores podem dizer: "Para que configure o tipo penal extorsão é necessário que haja o emprego de violência ou grave ameaça, de forma que é mais cabível falarmos em ESTELIONATO".

Ok. Realmente, o ato de enganar fiéis está mais próximo do estelionato, cujo tipo penal prevê "induzir alguém a erro para obtenção de vantagem ilícita".

Entretanto, hoje, é quase impossível enquadrar um pastor como sujeito ativo do crime de estelionato.

A fé é algo subjetivo, então como podemos provar que ele induziu o fiel ao "erro"? Trata-se de fé.

Como podemos provar, no campo do Direito, que Deus realmente não quer que a pessoa venda tudo o que tem pra dar para a igreja? É impossível.

Entretanto, muitas vezes vemos o caráter da "grave ameaça"!

Frases comuns entre pastores:

"Você tem que oferecer o sacrifício para que o ladrão (diabo) não roube tudo o que você tem"

"Se você não oferecer o sacrifício, nada dará certo na sua vida. Deus não te abençoará".

"Se você ficar retendo os seus bens, Mamon (demônio) levará tudo o que você tem".

Para mim e para você isso pode parecer piada e não passa nem perto de uma "grave ameaça". Se alguém mandar eu doar meus bens para que o diabo não roube minha alma, eu passarei dez minutos rindo.

Mas, não estamos falando meramente do "homem médio".

Aqui, falamos de gente coagida pela religião, muitas vezes desde a infância; gente que acredita que o diabo pode arrancar até o seu último fio de cabelo... Falamos de pessoas que vivem sonhando acordadas com o céu, para fugir da realidade maçante do dia a dia e morrem de medo do inferno.

Aqui, tratamos como vítimas pessoas simples, cuja culpa (tão alimentada e encorajada pela igreja) já alcançou um patamar que nem a psicanálise consegue curar.

Agora, senhores, me digam se não há "grave ameaça".

Se a resposta for "sim", precisamos começar a discutir com mais ênfase esta suposta "liberdade religiosa", para que ela não seja uma simples licença para a prática da extorsão, ou ainda, uma discriminante putativa dos "pobres" pastores que "não sabem que isso é extorsao".

O clichê é cada dia mais recorrente.

Lobos em pele de cordeiros.
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quinta-feira, 7 de julho de 2011

Com-puta-dores e minha puta raiva deles.


Eu estava irritado com a recente lerdeza do meu notebook e comecei a me lembrar de toda a saga da minha vida eletrônica, que me gerou esse ódio de computadores.


Nos primórdios da humanidade, por volta de 1996 e 1997, eu tive um 286 ou 386 (nem lembro ao certo), com Windows 95, que a "tia" da computação da escola me deu pra que eu pudesse zuar, montando e desmontando mil vezes, porque ela já tinha o PODEROSO 486 (com a tela COLORIDA)! A tela do 286 (ou 386) era esverdeada e a diversão era fuçar no DOS, abri-lo pra fuçar dentro (no hardware) e jogar Carmem San Diego.


Depois tive um Celeron (por volta de 1997 ou 1998), em que eu acessava a internet pela AOL, UOL e os outros provedores que davam cds com 1 mês de acesso gratuito, pois ainda não existia IG. Ah, como era "rápida" a net discada, os sites cheios de gifs animados (eu colecionava os gifs do Dragon Ball) e os jogos no emulador de gameboy (pokemon de tudo quanto era cor, red, blue, yellow etc).


Depois tive o maravilhoso AMD K6 550, uma máquina de causar ódio ao mais evoluído ser humano. No primeiro ano dava pro gasto, no segundo já existia 200 processadores melhores e não rodava nem CS!!!!


Depois vieram outros, os Pentium da vida, mas essa já foi uma fase em que eu estava cagando 3 kilos pros computadores. Já havia me decepcionado com essas pedras falantes.


Agora, estou aqui no note AMD Turion Dual-Core 2.10 Ghz, 4 GB de memória, placa 3D ATI Randeon HD 3200 e já é uma BOSTA - tudo bem que já faz 2 anos que comprei - cuja velocidade não é mais a mesma. Conclusão: Não adianta qual computador você compre ou o preço que você pague, em poucos meses ele será sucata de japonês.







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domingo, 19 de junho de 2011

Buenos Aires: Minhas impressões.

Cheguei ontem de Buenos Aires. Para embarcar foi uma tribulação, por conta do vulcão, mas, graças a Deus deu tudo certo.

O meu voo era 10:40 do dia 14, mas consegui embarcar às 20:00. As informações de cancelamento vinham de todos os lados, mas eu tive fé e esperei o dia inteiro que houvesse algum voo. A GOL teve avião decolando 14:30, mas a TAM (que era a minha empresa) dizia que estavam todos cancelados, mas, graças a Deus, à noite finalmente saiu o voo.

O duro era aguentar a torcida do Santos lá no aeroporto gritando o tempo todo. Principalmente quando apareceu por lá o Dentinho com a Samambaia e depois o Caio do Globo Esporte (ex jogador do São Paulo)

Peguei o avião (de volta) às 18:10 do dia 17.

A viagem foi maravilhosa e não tinha como ser diferente. Gosto de tudo o que tem na Argentina. Gosto de frio, churrasco, futebol argentino, tango, arquitetura neclássica, enfim, foi muito bom.

Assisti a um tango no Café Tortoni, o café de 150 anos em que figuras como Gardel, Sartre e, mais recentemente, Hilary Clinton estiveram presentes.
Fui aos jardins em Palermo (Botânico e Japonês), conheci o Teatro Colon, os pontos turisticos do centro (casa rosada etc, meu hotel ficava ao lado do obelisco), conheci o estádio do Boca Juniors... fizemos compras (não onde os turistas compram, na rua Florida, mas onde os argentinos compram...) nos outlets da av. córdoba, rua Aguirre etc, passeamos pelos bairros, cemitério da Recoleta, Hard Rock Cafe... Enfim, valeu muito a pena.

O frio era terrível e maravilhoso! A arquitetura belíssima, assim como as árvores em estilo europeu. O tango que assisti foi lindíssimo, comprei o cd e o dvd por lá.

Um peso está valendo 0,40 centavos, então foi muito vantajoso para compras. Comprei camisa do boca, jaqueta do boca, jaqueta de couro, perfume e muitas lembraças, tudo muito barato.

O jardim japonês, que foi feito em homenagem à visita de um príncipe do Japao a Buenos Aires, é belíssimo.

Mas, obviamente, os lugares em que mais me diverti foram no La Bambonera (estádio do Boca) e o cemitério da Recoleta, onde Evita está enterrada. É um museu a céu aberto.

Também fiquei encantado com o povo argentino.

Sempre nos ajudavam com muita simpatia, falando devagar de forma que pudéssemos entender. Se bem que, no final de viagem, eu já falava de futebol quase fluentemente com os taxistas rsrs. E, ao contrário do que muitos falam, eles respeitam o Brasil e admiram! Na maioria das lojas da Nike - na vitrine da loja - o que mais se vê são camisetas do Brasil.

Que povo culto, gentil, solícito e simpático!!!

Buenos Aires é conhecida como a Capital Mundial do Livro.

É uma pena que um país de gente tão fascinante seja tão atrasado economicamente. É uma prova de que, infelizmente, cultura não leva ninguém a lugar nenhum.

Vi um garoto (muito pobre) que vendia bugigangas na rua lendo o seu livro entre uma abordagem e outra ao clientes.

Fantástico! Enquanto, no Brasil, conheço gente chefiando determinada empresa multinacional e ganhando uma fortuna sem NUNCA ter lido UM livro, na Argentina até vendedor de bugiganga tem o costume de ler.

Também são muito politizados. Enquanto aqui no Brasil os "manos" pixam os nomes de suas gangues, na Argentina todas as pixações fazem menção a algum "grupo estudantil". Os estudantes são politicamente ativos e protestantes. Em frente a Casa Rosada há muitos protestos requerendo atenção especial aos soldados que defenderam a Argentina nas guerras (não chequei a ler todas as faixas, mas, imagino que seja pela Guerra das Malvinas, em que foram massacrados pelos ingleses).

Outra coisa que me deixou intrigado é que o argentino ama muito mais a seleção do país do que o seu time do coração. Vi pouca gente com a camisa do Boca ou do River, mas muuuuuuuuuita, muita, muita gente com a camisa ou jaqueta da seleção argentina. Nas lojas também predominam as camisetas da seleção, bem como nas bancas predominam as revistas e jornais falando da seleção.

A cidade respira cultura. Em cada esquina tem um teatro com filas cheias, cinemas, tangos, uma infinidade de "cafés", livrarias imensas que não tem fim e muitas, muitas, muuuitas estátuas belíssimas. A cidade é bem condensada e, portanto, é fácil andar o centro todo a pé. É muito mais segura do que as capitais brasileiras e muito limpa!

A comida também é fantástica. O famoso "bife de chorizo" é um contra filé gigantesto servido com "papa frita" (batata frita). O tempero é diferente e o corte da carne é o mais interessante. Os alfajores Havanna, o "helado" (sorvete) e o "dulce de leche" (doce de leite) também são fantásticos.

Enfim, foi uma viagem inesquecível!

Escrevo ouvindo um dos cds de tango que comprei em BA:

"Camerata Porteña, com a participação de José Ángel Trelles. Uma interpretação do Astor Piazzolla."



Genial!
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quinta-feira, 2 de junho de 2011

Caridade pra mim é:

Qualquer manifestação de arte, bem como os produtos da genialidade, são, na verdade, caridades universais para um mundo caído e carente de qualquer atividade que sobrepuje o lamaçal de mediocridade em que chafurdamos nossas frontes.
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sexta-feira, 27 de maio de 2011

Meu Brasil brasileiro...

Enquanto o país se preocupa com a "lei de viadagem" que não fede nem cheira, só dá o direito do viado exercer sua viadagem em paz, a presidentA sanciona a lei 12.403/2011 que praticamente vai acabar com a prisão preventiva. Enquanto vc tá preocupado com a viadagem, se um cara tentar ASSASSINAR a sua MÃE QUEIMADA (tentativa de homicídio qualificado) esse fdp não ficará preso após o flagrante, só depois que transitar em julgado a sentença condenatória, isto é, anos e anos depois.

Com a vigência da norma, a prisão estará praticamente inviabilizada no país

O projeto aprovado no Congresso Nacional também prevê o descabimento da prisão nos crimes tentados de homicídio, ainda que qualificado; infanticídio; aborto provocado por terceiro; lesão corporal seguida de morte; furto qualificado; roubo; extorsão; apropriação indébita, inclusive previdenciária; estupro; peculato; corrupção passiva, advocacia administrativa e concussão; corrupção ativa e lavagem de dinheiro. Também estariam afastados da prisão os autores de crimes ambientais e de colarinho branco - sejam consumados ou tentados - e ainda parte dos crimes previstos na Lei de Drogas, inclusive os casos de fabricação, utilização, transporte e venda tentados.

Enfim, se a situação já era ruim, agora ficará caótica.

Acostume-se a ver o cara que espancou seu parente até a morte na rua, ou, tome um sorvete ao lado do cara que roubou (mediante VIOLENCIA OU GRAVE AMEAÇA) sua mulher, enfiando uma arma na testa dela...

É foda.
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quinta-feira, 14 de abril de 2011

Nós, homens, amamos a violência. Amamos a guerra (com a desculpa de buscar a paz), as armas brancas, armas de fogos, lutas, esportes violentos, filmes de terror e tudo o que seja capaz de tirar o sangue alheio. A violência está no coração do homem, não há como negar. E, não raro, falamos que as mulheres são fúteis e menos evoluídas. Não sei qual o nosso conceito de evolução, apenas sei que somos o que somos.
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terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Spleen

Todos se sentem diferentes.

Não conheço um ser humano que se acha "igual" aos outros.

Todos se acham muito especiais e incompreendidos.

Por isso que a merda da auto-ajuda lucra tanto.
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sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Nietzsche: uma aula sobre o Evangelho.

Assim como qualquer pessoa, Nietzsche teve erros e acertos.

Sabemos que ele odiava Paulo, achava que ele e os outros apóstolos perverteram o Evangelho com uma mensagem de ódio e vingança, em face da morte de Cristo.

Nesse ponto, ele começa a se perder (talvez???)

Entretanto, quero falar dos seus acertos.

Vejamos o que fala de Cristo e do Cristianismo:

(O Anticristo, capítulo XXXII)

"Com alguma tolerância na expressão, poder-se-ia chamar a Jesus um "espírito livre", o que é concreto deixa-o indiferente: a palavra mata, tudo aquilo que é sólido mata. A idéia da "vida", como uma experiência, a única que ele conhece, opõe-se no seu ensino a toda espécie de palavra, de fórmula, de lei, de fé, de dogma. Fala unicamente das coisas interiores: "vida", ou "verdade", ou "luz", são as suas palavras para o universo interior - tudo o mais, toda a realidade, a natureza inteira, a própria linguagem, não tem para ele senão o valor de um sinal, de uma parábola".

( O Anticristo, capítulo XXXIX)

"Volto atrás, para relatar a verdadeira história do Cristianismo. A própria palavra "cristianismo" já é um equívoco - no fundo só existiu um cristão, e esse morreu na cruz. O "Evangelho" morreu na cruz (...) Nos nossos dias, uma vida semelhante ainda é possível e para alguns mesmo necessária: o cristianismo autêntico, o cristianismo primitivo será possível em todas as épocas... Não uma fé, mas uma ação, um não fazer certas coisas e, sobretudo, um modo diferente de ser (...) Reduzir o fato de se ser cristão, a vida cristã, a um fato de crença, a uma simples fenomenalidade de consciência, é o que pode se chamar negar o cristianismo (...) O "cristão", que de há dois mil anos até hoje é chamado cristão, não é outra coisa senão uma ilusão psicológica. Se o encararmos mais de perto, vemos que apesar da "fé", só reinavam nele os instintos - e que instintos! (...) Falou-se sempre de "fé", mas procedeu-se sempre por instinto (...) Mas não subestimemos o cristão: como é falso até a inocência, ultrapassa em muito o macaco - uma certa teoria das origens parece, quando aplicada aos cristãos, uma simples amabilidade..."

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Dá pra discordar?

Constantino fundou o cristianismo 400 anos depois de Cristo. O concílio de Nicéia, com seus interesses, definiu as bases do catolicismo. O maluco Lutero criou o protestantismo, que hoje se tornou uma espécie de auto-ajuda para os fracos e oprimidos, em busca do sucesso material.

Cristo não é cristão e jamais suportaria passar 5 minutos dentro de qualquer igreja cristã existente nestes dias.

Basta observar a história das religiões, observar seus símbolos e abrir os olhos, e pronto, você percebe que tudo não passa de um grande sincretismo entre judaísmo, paganismo e instintos megalomaníacos sacerdotais.

Nietzsche ficou conhecido como o "homem que matou Deus", mas, na verdade, ele matou apenas o deus dos "cristãos".

Por enquanto é só.
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